FÓRUM PARINTINENSE DE EDUCAÇÃO DO CAMPO, DAS FLORESTAS E DAS ÁGUAS PAULO FREIRE - FOPINECAF CRIADO EM 24 DE OUTUBRO DE 2017

CARTA ABERTA

O Fórum Parintinense de Educação do Campo, das florestas e das águas Paulo Freire -FOPINECAF, enquanto um coletivo de instituições públicas, movimentos e organizações sociais e de comunidades rurais do município de Parintins (AM), criado em outubro de 2017, tem dialogado sobre demandas relacionadas à efetivação das políticas públicas de Educação do Campo em Parintins (AM) articuladas às áreas ambiental, cultural, agrária, agroecológica e econômica nos territórios rurais, pelo viés da Pedagogia da Alternância. Realizou desde sua criação inúmeras atividades no município, reunindo mais de 30 (trinta) comunidades rurais.

As propostas aqui apresentadas são um esforço de coletivo de lideranças comunitárias, de agricultores familiares, de jovens estudantes, de professores da educação básica e do ensino superior, de gestores de escolas rurais, de pesquisadores e de entidades parceiras como GRANAV, IDAM, ARCAFAR, STTR, IFAM, SEMED, SEDUC, UEA, UFAM, EMBRAPA, COOPMAFA, AFAGO, e de Escolas do Campo, rumo a uma Política pública municipal que fortaleça a Educação do Campo em Parintins em diálogo com a dinâmica dos territórios da várzea e terra-firme, e em articulação com as áreas ambiental, cultural, agrária, agroecológica e econômica das comunidades rurais.

Entre as diversas propostas levantadas nas rodas de conversa promovidas pelo FOPINECAF nas comunidades rurais e sede do município de Parintins, destacamos 03 pontos essenciais que sintetizam as demandas dos agricultores e agricultoras familiares.

1) Elaboração, aprovação e implementação de uma Política de Educação do Campo, nas redes de Educação infantil, Educação fundamental, ensino médio, técnico e tecnológico, que respeite a cultura, os saberes e identidades dos povos do campo; promotora do desenvolvimento social integral e valorizativa das experiências socioculturais.

2) Valorização do trabalho do homem e da mulher do campo (como a agricultura, a pesca e o extrativismo), com assistência técnica, poços artesianos para irrigação, melhoria das estradas para o escoamento da produção, espaço específico para a comercialização e armazenamento da produção, compra direta da produção rural do agricultor e da agricultora familiar, no mínimo 30% exigido por lei; certificar a produção dos agricultores e agriculturas familiares.

3) Fortalecimento do diálogo entre as universidades e as comunidades rurais, promovendo a integração e parcerias das instituições em prol da Educação do Campo envolvendo os poderes Executivo e Legislativo.

A seguir apresentamos na integra as 31 (trinta e uma) demandas e propostas indicadas por agricultores e agricultoras familiares (homens, mulheres, juventude) no período de 2017 a 2019. Temos a expectativa de que essas propostas possam ser úteis para a construção de planos de trabalho e propostas para implementar a política pública de educação do campo, assim como fortalecer a agricultura familiar, o associativismo e cooperativismo rural, no município de Parintins.

1. Proporcionar uma educação dos povos do campo que tenha a cara do homem e da mulher do campo, respeitando a cultura, os saberes e a identidade dos sujeitos, articulada com os movimentos sociais e as organizações que trabalham junto com as comunidades, visando à transformação social da realidade do campo;

2. Construir uma Proposta Curricular dialógica que parta do contexto das crianças e dos jovens e adultos, uma vez que as propostas curriculares das escolas do campo são urbanas e não respondem às necessidades, especificidades e expectativas dos povos do campo;

3. Inserir no Currículo da Escola do Campo conteúdos de Técnicas Agrícolas e agroecologia com atividades práticas;

4. Desenvolver uma Educação do Campo e no campo que promova o desenvolvimento integral dos sujeitos, em que o/a filho/a do/a trabalhador/a rural sinta-se valorizado/a, que tenha novas perspectivas em suas comunidades;

5. Realizar convênio com a UFAM, UEA, IFAM e parceria com o FOPINECAF e Poder Legislativo para fortalecer a política de Educação do Campo no município de Parintins- AM;

6. Fortalecer o diálogo entre as universidades e as comunidades rurais, promovendo a integração e parcerias das instituições em prol da Educação do Campo envolvendo os poderes Executivo e Legislativo;

7. Promover audiência pública no município de Parintins sobre Educação do Campo nas comunidades rurais;

8. Realizar a formação continuada dos/as professores/as pela SEMED, através de convenio e em parceria com as universidades a nível de aperfeiçoamento e de especialização, a partir de demandas dos próprios professores que atuam nas escolas do campo e das lideranças comunitárias;

9. Realizar concurso público com vagas específica para os profissionais da Educação do Campo;

10. Ampliar a Educação Infantil com a criação de creches e pré-escolas estruturadas para garantir o direito à educação das crianças de zero a cinco anos e onze meses nas comunidades;

11. Dar melhores condições de trabalho pedagógico, formação continuada e recursos didáticos para os/as professores/as do campo, com especial atenção aos que atuam em Turmas Multisseriadas;

12. Apoiar por meio de convênio/parceria a elaboração ou reelaboração coletivamente dos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas do campo com a participação da comunidade local, educadores, técnicos, estudantes e pais;

13. Realizar oficinas com os professores do campo sobre práticas pedagógicas interdisciplinares voltadas para as questões ambientais, agroecológicas e sustentáveis articulando os saberes locais;

14. Ouvir as lideranças comunitárias para o desenvolvimento de políticas públicas que atendam as necessidades mais urgentes das comunidades rurais;

15. Valorizar o trabalho do homem e da mulher do campo (com a agricultura, a pesca e o extrativismo), com assistência técnica, poços artesianos para irrigação, melhoria das estradas para o escoamento da produção, espaço específico para a comercialização e armazenamento da produção, compra direta da produção rural do agricultor e da agricultora familiar, no mínimo 30% exigido por lei; certificar a produção dos agricultores e agriculturas familiares;

16. Promover e apoiar ações culturais nas escolas e comunidades que valorizem as experiências socioculturais dos povos dos campos e reavivem os festivais culturais das comunidades;

17. Desenvolver experiências da Pedagogia da Alternância nas escolas da Educação Básica do campo no município;

18. Fazer convênio e parceria com as universidades e apoio do FOPINECAF para a elaboração das Diretrizes Pedagógicas para a Educação do Campo do Município de Parintins- AM, seguindo as diretrizes da Educação do Campo do estado do Amazonas;

19. Criar uma coordenação com técnicos da SEMED, professores de Universidades e representantes do FOPINECAF para acompanhamento multidisciplinar nas escolas do campo considerando os processos didáticos - pedagógicos, agrícolas, agroecológico, sociais e psicológicos;

20. Criar um programa de hortas escolares com envolvimento de professores, estudantes, envolvendo suas famílias como parte da prática educativa e avaliadora da formação dos estudantes.

21. Maior atenção ao transporte escolar (barco e/ou ônibus) e às condições das estradas e ramais, fiscalização para as condições dos transportes.

22. Que seja dado ao Centro de Formação e Capacitação do Açaí o verdadeiro destino para o qual foi construído (Escola de formação técnica na modalidade Casa Familiar Rural, utilizando a Pedagogia da Alternância) para desenvolver cursos profissionalizantes inerentes a realidade do campo (Por meio, de convênio prefeitura, Estado, INCRA e em parceria com o FOPINECAF);

23.Que seja feito parcerias técnica e científica com as seguintes instituições: IFAM, UFAM, UEA, SEDUC, SEMED, EMBRAPA, IDAM, ARCAFARAM, SEMPA e STTRPIN, para implementação da política de Educação do Campo, assim como apoio financeiro para a realização de Cursos de Graduação e de Especialização em Educação do Campo, Técnico em Agroecologia, em Alternância, no município de Parintins;

24. O Curso de Agroecologia, na modalidade Pedagogia da Alternância, nível subsequente, na comunidade do Açaí Vila Amazônia, na Região do Uaicurapá, Zé Açu, Boa Esperança, também, onde ocorreram as Rodas de Conversa do FOPINECAF;

25. Construção de escolas - Casa Familiar Rural -, como espaços dignos para o desenvolvimento da educação escolar e para a profissionalização técnica do homem e da mulher do campo, na pedagogia da Alternância, por meio de cursos, palestras, intercâmbio e treinamentos - evolução técnica [...] nas atividades: Piscicultura, Sistema Agroflorestal (SAFs), Agricultura Sustentável, nas regiões do Uaicurapá; região de várzeas, região do Açai, região do Zé Açu.

26. Acessibilidade para o transporte escolar (efetuar trabalhos nas estradas ora em péssimas condições);

27. Inclusão de disciplinas técnica agrícola agroecológica e sustentável que possam atender aos estudantes de maneira a prepará-los para atuarem no território rural onde vivem, por meio de contratação de técnicos formados na área para ministrar as aulas teóricas e praticas nas escolas do campo.

28. Criar um Programa para classificação de propriedade agroecológica e para fornecer o SIM aos produtores da Agricultura familiar venderem os seus produtos agroecológicos;

29. Formalizar convênio com o INCRA para dar maior atenção aos assentados do PA Vila Amazônia;

30. Desenvolver ações junto às cooperativas com apoio técnico e tecnológico na produção, acompanhamento da produção, escoamento e comercialização, por meio da criação de um núcleo de apoio técnico ao associativismo e cooperativismo no município de Parintins;

31. Assumir publicamente o compromisso pela Política de Educação do Campo, e uma vez eleito assinar e se comprometer com um pacto pela Educação do Campo, que assegure o direito relativo à Educação do Campo.

Coordenação Geral:

Simone Souza - UEA 99261-9777 / Wanderley - IDAM- 991663977 / Maria Eliane - UFAM 99203-4528 / Sergio Muniz - CPT - 99283-8097 - E-mail - fopecaguas2@gmail.com

X Roda de Conversa

No dia 21 de setembro de 2019, o correu a X Roda de Conversa sobre Educação do Campo, das Florestas e das Águas, na sede do município de Parintins, no Auditório Dom Arcângelo Cerqua, promovido pelo Fórum Parintinense de Educação do Campo, das Florestas e das Águas Paulo Freire - FOPINECAF 

GRUPOS DE TRABALHO DA X RODA DE CONVERSA

O FOPINECAF, enquanto um coletivo de instituições públicas, movimentos e organizações sociais e de comunidades rurais do município de Parintins (AM), criado em outubro de 2017, tem dialogado sobre demandas relacionadas à efetivação das políticas públicas de Educação do Campo em Parintins (AM) articuladas às áreas ambiental, cultural, agrária e econômica nos territórios rurais, pelo viés da Pedagogia da Alternância. Realizou as atividades descritas abaixo, reunindo mais de 30 (trinta) comunidades rurais.

  • MESA REDONDA. 22.07.2017 Centro de Capacitação Rural do Açaí.
  • I RODA DE CONVERSA - 07.10.2017 Com. Perpétuo Socorro do Laguinho.
  • II RODA DE CONVERSA -18.11.2017 Com. Santa Rita da Valéria.
  • III RODA DE CONVERSA - 27.01.2018 Com. Santo Antônio do Tracajá.
  • IV RODA DE CONVERSA -21.04.2018 Centro de Cap. Rural do Açaí.
  • I SEMINÁRIO DE EDUCAÇÃO DO CAMPO 26.05.2018 Auditório do CESP/UEA/ Pin.
  • V RODA DE CONVERSA - 28.07.2018 Com. São Pedro do Marajó.
  • VI RODA DE CONVERSA -29.09.2018 Com. São Sebastião do Jará.
  • VII RODA DE CONVERSA - 15.12.2018 Com. Boa Esperança do Zé Açu.
  • VIII RODA DE CONVERSA -09.03.2019 Com. São João Batista do Jacu.
  • IX RODA DE CONVERSA - 25.05.2019 Com. Divino Esp. Santo do Meio.
  • AUDIÊNCIA PÚBLICA DA CÂMARA MUNICIPAL DE PARINTINS sobre a Educação do Campo. 14.06.2019. Realizada no Auditório do CESP/UEA.

As propostas de trabalho apresentadas nesta X RODA DE CONVERSA "EDUCAÇAO DO CAMPO E DIÁLOGOS SOBRE ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, POLÍTICAS NAS LUTAS E RESISTÊNCIAS POR DIREITOS" foram apreciadas no I Seminário de Educação do Campo, das Florestas e das Águas, realizado no dia 26 de maio de 2018, assim como resultam de contribuições das Rodas de Conversas realizadas entre 2017 e 2019. É um esforço de coletivo de lideranças comunitárias, de agricultores familiares, de jovens estudantes, de professores da educação básica e do ensino superior, de gestores de escolas rurais, de pesquisadores e de entidades parceiras como GRANAV, IDAM, ARCAFAR, STTR, IFAM, SEMED, SEDUC, UEA, UFAM, EMBRAPA, COOPMAFA, AFAGO, dentre outras Cooperativas e Associações Comunitárias, e Escolas do Campo, rumo a um Plano de Ação que fortaleça a Educação do Campo em Parintins em diálogo com a dinâmica dos territórios da várzea e terra-firme, e em articulação com as áreas ambiental, cultural, agrária e econômica das comunidades rurais.

GRUPO DE TRABALHO 01: EDUCAÇÃO BÁSICA E FORMAÇÃO DOCENTE

  • Proporcionar uma educação dos povos do campo que tenha a cara do homem e da mulher do campo, respeitando as culturas, os saberes e as identidades dos sujeitos, articulada com os movimentos sociais e as organizações que trabalham junto com as comunidades, visando a transformação social da realidade do campo;
  • Fazer rodas de diálogos nas comunidades para discutir a Educação do Campo;
  • Realizar Cursos de Formação em agroecologia para o/a educador/a do campo (2 x ao ano);
  • Construir uma Proposta Curricular dialógica que parta do contexto das crianças e dos jovens e adultos, uma vez que as propostas curriculares das escolas do campo são urbanas e não respondem às necessidades, especificidades e expectativas dos povos do campo. Na Amazônia precisa-se falar sobre Educação do Campo, das águas e das florestas. Educação que promova o diálogo entre os saberes locais e os conhecimentos científicos;
  • Inserir no Currículo da Escola do Campo conteúdos de Técnicas Agrícolas Agroecológica;
  • Desenvolver uma Educação do Campo e no campo que promova o desenvolvimento integral dos sujeitos, em que o/a filho/a do/a trabalhador/a rural sinta-se valorizado/a, que tenha novas perspectivas em suas comunidades;
  • Dialogar com a UFAM, UEA, IFAM, SEDUC e SEMED e os Movimentos Sociais para fortalecer a organização e os debates sobre a Educação do Campo no município de Parintins- AM;
  • Fortalecer o diálogo entre a universidades e as comunidades rurais, promovendo a integração e parcerias das instituições em prol da Educação do Campo envolvendo os poderes Executivo e Legislativo;
  • Promover audiências públicas na Câmara Municipal de Parintins sobre Educação do Campo;
  • Incluir no currículo dos cursos de graduação conteúdos da Educação do Campo e práticas de Estágio Supervisionado nas escolas do campo;
  • Realizar a formação continuada dos/as professores/as pela SEMED, SEDUC e pelas IES a nível de aperfeiçoamento e de especialização;
  • Desenvolver a formação inicial dos profissionais das Licenciaturas, como a Licenciatura em Educação do Campo, e dos Bacharelados, considerando as especificidades culturais, sociais, ambientais e produtivas dos territórios rurais;
  • Realizar diagnóstico das comunidades rurais por meio da comunicação dialógica com os povos para ouvir seus anseios, necessidades e conhecer seus saberes;
  • Pensar alternativas da Educação do Campo voltadas para as especificidades e as realidades do contexto amazônico.
  • Lutar pela realização de concurso público com vagas para licenciaturas em Educação do Campo. Realizar concurso para os profissionais da Educação do Campo;
  • Lutar pela ampliação da Educação Infantil com a criação de creches e pré-escolas estruturadas para garantir o direito à educação das crianças de zero a cinco anos e onze meses;
  • Lutar por melhores condições de trabalho pedagógico, formação continuada e recursos didáticos para os/as professores/as de turmas multisseriadas;
  • Dar continuidade aos fóruns para discussão da Educação do Campo com a participação dos representantes das instituições e das lideranças comunitárias, dos educadores e estudantes;
  • Estudar as peculiaridades regionais para que a Educação do Campo não seja fragmentada;
  • Lutar pela construção coletiva dos Projetos Políticos Pedagógicos das escolas do campo com a participação da comunidade e dos educadores;
  • Dar assessoria as escolas do campo para a construção do Projeto Político Pedagógico;
  • Realizar práticas pedagógicas interdisciplinares voltadas para as questões ambientais, agroecológicas e sustentáveis articulando os saberes locais;
  • Fortalecer a integração escola do campo, família e comunidade;
  • Lutar pelo desenvolvimento de políticas públicas por meio do diálogo com as comunidades rurais;
  • Lutar pela valorização do trabalho (com a agricultura, a pesca e o extrativismo) realizado nas comunidades rurais a partir da Educação Infantil;
  • Lutar pela regularização das áreas das escolas do campo que não estão regularizadas;
  • Promover ações culturais nas escolas que valorizem as experiências socioculturais dos povos do campo;
  • Lutar pelo desenvolvimento das experiências da Pedagogia da Alternância nas escolas da Educação Básica;
  • Elaborar com a SEMED, professores do campo e com os povos do campo, Diretrizes Pedagógicas para a Educação do Campo do Município de Parintins- AM.
  • Lutar pelo acompanhamento multidisciplinar nas escolas do campo considerando os processos didáticos - pedagógicos, agrícolas, sociais e psicológicos;
  • Lutar pela construção de hortas escolares e caseiras com os alunos envolvendo suas famílias como parte da prática educativa e avaliadora da formação dos alunos e da participação das famílias.
  • Lutar pela melhoria do transporte escolar (barco e/ou ônibus) e às condições das estradas e ramais.

GRUPO DE TRABALHO 02: EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

1 - Lutar para que seja dado ao centro de Formação e Capacitação do Açaí o verdadeiro destino para o qual foi construído com o funcionamento de cursos profissionalizantes inerentes a realidade do campo;

2 - Lutar por projeto de junto Encaminhar Proposta de Lei ao Conselho Estadual de Educação que reconheça o Centro de Formação do Açaí como uma escola de formação técnica na modalidade Casa Familiar Rural, utilizando a Pedagogia da Alternância;

3 - Lutar para que seja discutido e aprovado a solicitação de formação de parcerias técnica e científica com o IFAM, as seguintes instituições: UFAM, UEA, SEDUC, SEMED, EMBRAPA, IDAM, ARCAFAR-AM, SEMPA E STTRPIN;

4 - Discutir, aprovar e solicitar que as universidades e o IFAM possam executar de forma presencial Cursos de Graduação e de Especialização em Educação do Campo da Floresta e das Águas, pelo campus Parintins e parceiros.

5 - Formalizar as demandas levantadas pelo fórum junto ao IFAM com contextualização dos encaminhamentos decorrentes das reuniões e rodas de conversa quanto a construção do projeto de Curso Técnico em Agroecologia com a anuência das instituições parceiras a ser implantado no Centro de Formação do Açaí;

6 - Lutar para que a direção do IFAM possa constituir uma comissão responsável pela implementação do curso considerando a participação das instituições UFAM, UEA, EMBRAPA, Conselho Municipal de Educação, STTTRP, ARCAFAR, IDAM E PMP/SEMPA sob a coordenação pedagógica da professora Graça Passos;

7 - Realização do diagnóstico ou atualização da pesquisa participativa para identificação das ênfases ou perfil do curso com base nas atividades desenvolvidas nas comunidades;

8 - Elaboração do PPCP do curso de Licenciatura em Educação do Campo com apresentação às instituições e comunidades envolvidas juntamente com os documentos das instituições com as contrapartidas oferecidas e encaminhar para as instâncias competentes dentro do IFAM.

  • Que no projeto pedagógico seja garantida a participação da maior variedade de comunidades com estabelecimento de cotas de ingresso por polo.
  • Lutar pela regularização da Regularizar a Associação da Casa Familiar Rural de Parintins- AM;
  • Lutar pela implantação do Curso de Agroecologia, na modalidade Pedagogia da Alternância, nível subsequente, por meio da Casa Familiar Rural do Açaí (cuja estrutura física está pronta na comunidade Nossa Senhora de Fátima, Açaí) e implantação desse curso em outras regiões que também solicitaram como a Região do Uaicurapá e Zé Açu, comunidade Boa Esperança, também, onde ocorreram as Rodas de Conversa.
  • Lutar para que o Instituto e as Universidades direcionem as comunidades cursos de extensão nas áreas de agroecologia, zootecnia, técnicas agrícolas, etc, na perspectiva de oportunizar aos jovens conhecimentos que o ajudem a melhorar a qualidade de vida.
  • Lutar pela Incentivo a consolidação dos projetos que vão da reforma e construção de espaços dignos para a educação de alunos a profissionalização técnica e superior do homem do campo.
  • Lutar pela implantação de projetos político-pedagógicos Educação do Campo/Pedagogia da Alternância que incentive através de cursos, palestras, intercâmbio e treinamentos - evolução técnica [...] nas atividades: Agricultura, Piscicultura, Sistema Agroflorestal (SAFs), Agricultura Sustentável, através da implantação da Casa Familiar Rural, na região do Uaicurapá.

GRUPO DE TRABALHO 03: ENSINO MÉDIO TECNOLÓGICO

1 - Lutar pela qualificação de professores para atuarem no Ensino Médio Tecnológico;

2 - Lutar pela assistência do poder público para manutenção dos equipamentos (computadores, gerador de energia das escolas do campo);

3 - Lutar pela acessibilidade para o transporte escolar (efetuar trabalhos nas estradas ora em péssimas condições);

4 - Lutar pela inclusão de disciplinas que possam atender aos alunos de maneira a prepará-los para atuarem no território rural onde vivem;

5 - Lutar pela implantação de Curso Superior no campo em várias áreas que estejam conectados com a realidade do campo para atender os egressos do Ensino Médio;

6 - Lutar por transporte escolar para os alunos onde ainda não possuem;

7- Lutar pela contratação de técnicos em agropecuária para aplicação das aulas práticas no campo.

8 - Lutar por Curso técnico para alunos concludentes do Ensino Médio, mediado por tecnologia." Há várias comunidades rurais que tem acesso à internet por meio do Ensino Médio tecnológico, cujos equipamentos, em horários diferenciados, pode contribuir com a formação técnico-profissional dos jovens do campo nas áreas ambiental, agroecológica, agricultura familiar, sistema agroflorestal, dentre outras, em parceria com a SEDUC/AM.

9 - Lutar pelo desenvolvimento de Desenvolver um Ensino Médio que atenda as expectativas das comunidades por meio de uma proposta curricular que considere as especificidades e necessidades locais;

Audiência Pública da Câmara Municipal de Parintins.

No dia 14 de junho de 2019, o correu a Audiência Pública da Câmara Municipal de Parintins sobre Educação do Campo, no Auditório do CESP/UEA, promovido com apoio do Fórum Parintinense de Educação do Campo, das Florestas e das Águas Paulo Freire - FOPINECAF 

IX Roda de Conversa

No dia 25 de maio de 2019, o correu a VI Roda de Conversa sobre Educação do Campo, das Florestas e das Águas, na Comunidade Divino Espírito  Santo do Meio, promovido pelo Fórum Parintinense de Educação do Campo, das Florestas e das Águas Paulo Freire - FOPINECAF


VIII Roda de Conversa

No dia 09 de março de 2019, o correu a VI Roda de Conversa sobre Educação do Campo, das Florestas e das Águas, na Comunidade São João do Jacu, promovido pelo Fórum Parintinense de Educação do Campo, das Florestas e das Águas Paulo Freire - FOPINECAF 

VII Roda de Conversa

No dia 15 de dezembro de 2018, o correu a VI Roda de Conversa sobre Educação do Campo, das Florestas e das Águas, na Comunidade Boa Esperança  do Zé Açú, promovido pelo Fórum Parintinense de Educação do Campo, das Florestas e das Águas Paulo Freire - FOPINECAF 

VI Roda de Conversa

No dia 29 de Setembro de 2018, o correu a VI Roda de Conversa sobre Educação do Campo, das Florestas e das Águas, na Comunidade São Sebastião do Jará, promovido pelo Fórum Parintinense de Educação do Campo, das Florestas e das Águas Paulo Freire - FOPINECAF 

V Roda de Conversa 

No dia 28 de julho de 2018, o correu a V Roda de Conversa sobre Educação do Campo, das Florestas e das Águas, na Comunidade São Pedro do Marajó, promovido pelo Fórum Parintinense de Educação do Campo, das Florestas e das Águas "Paulo Freire" estiveram presente as Comunidades: Nossa Senhora do Miriti, Santo Antônio do Tracajá, São Tomé do Rio Uaicurapá, São Sebastião, São Pedro do Marajó, Nossa senhora do Perpétuo Socorro do Laguinho, Nossa senhora do Perpétuo Socorro do Remijo, Santo André, Peixe Marinho, El Shaday, Santa Luzia, Jacu, Santo Expedido, além das seguintes instituições: CPT, Sindicatos dos trabalhadores Rurais de Parintins, UFAM, UEA, GRANAV, IFAM, IDAM, SEPROR, SEMED, ARCAFAR-AM. 

I Seminário de Educação do Campo, das Florestas e das Águas Paulo Freire

"Eu prefiro pensar que o nosso trabalho é de dar asas pra cada um aprender a voar para onde achar melhor destino".

"Se nós não tivermos acesso à escola, não teremos acesso ao conhecimento cientificamente produzido".

"Sem conhecimento científico nós não temos a condição de sair da miséria social".

Os saberes que nós dominamos não precisam da escola para transmiti-los aos nossos filhos, porque já o detínhamos antes de eles nascerem".

"Escola, sim, dela precisamos para poder acessar o saber científico".

Evandro Guedin


IV Roda de Conversa

No dia IV Roda de diálogo na comunidade de Nossa Senhora de Fátima do AçaíAqui é onde o seu texto começa. Basta clicar e começar a escrever. Ipsum quia dolor sit amet consectetur adipisci velit sed quia non numquam eius modi tempora incidunt ut labore et dolore magnam aliquam.

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III Roda de Conversa

No dia 27 de janeiro de 2018 foi realizado a III Roda de conversa na comunidade de Santo Antônio do Tracajá

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II Roda de Conversa

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Comissão ampliada criada para encaminhar as deliberações do Fórum
Comissão ampliada criada para encaminhar as deliberações do Fórum

Diálogo com os movimentos sociais e instituições públicas por uma Educação do Campo em Parintins-AM

Não se pode dissociar as questões ambientais das questões sociais, uma vez que está trata da transformação do ser humano. Educação do Campo teve três momentos na cidade de Parintins: O primeiro momento se deu em 1998, quando o GRANAVE iniciou uma discussão sobre educação do campo. Momento em que a professora Graça Passos e seus alunos percorreram algumas comunidades abordando a temática. O segundo momento ocorreu em 2000, quando foi criada a Casa Familiar Rural, na comunidade do Açaí, no Assentamento Vila Amazônia. Atualmente, a estrutura física serve para outros fins que não aqueles para o qual foi construída. O terceiro momento é esse diálogo que se está vivendo aqui na V Semana de Pedagogia. [ocorreu antes da V Semana de Pedagogia, mais dois momentos este do dia 22 de Outubro de 2016 e outro dia 7 de outubro de 2017, organizado pelo GRANAV, ambos na Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro].

A educação realizada atualmente, não é a educação do campo que se deseja. A educação atual é fragilizada, pois claramente se vê a alienação que ela promove, trazendo problemas, políticos, sociais, religiosos e comunitários. Vê-se claramente que a juventude, que aparentemente buscou conhecimento na escola, estudou e deveria trazer soluções para a comunidade, não responde às expectativas da comunidade. A impressão que se tem é que a Educação do Campo que se dissemina, atualmente, não está servindo para nada no que diz respeito aos anseios da comunidade. Portanto, precisa-se de uma transformação sobre a Educação do Campo.

Atualmente, há o ensino médio aliado ao ensino tecnológico, dentro das comunidades, mas percebe-se algumas deficiências, pois não há respostas diretas para a comunidade. Quando o jovem dá prosseguimento aos seus estudos, ele passa a ser a promessa de uma melhoria para a comunidade, tendo em vista que a ideia é que ele estude para aplicar os conhecimentos no lugar em que vive. Mas esse retorno não está acontecendo. Outro fator é a falta de preparação do professor que vai trabalhar no campo. A academia não está formando o profissional para trabalhar no campo. O objetivo desse encontro é fortalecer o diálogo entre a universidade e a comunidade, para tentar reverter a situação atual. É urgente essa transformação, pois a demora terá como consequência uma comunidade cada vez mais fragilizada (informação Verbal[1]).

[1] Fala do comunitário Fernando Carvalho na mesa Diálogos com os movimentos sociais e instituições públicas por uma Educação do Campo em Parintins. In: V Semana de Pedagogia do ICSEZ/UFAM, Parintins-AM, em outubro de 2017.

Segundo dados da SEMED, a Educação do Campo no município de Parintins está funcionando em 118 comunidades, 92 de terra-firme e 26 de várzea. Atualmente, há 493 docentes atuando no município, especificamente em Educação do Campo, sendo 430 na terra-firme e 63 na várzea. Existem 8.660 alunos de Educação Infantil ao nono ano do Ensino Fundamental, dos quais 7.700 são de terra-firme e 960 são de várzea. Há 118 escolas, sendo 92 de terra-firme e 26 de várzea.

Atualmente, SEMED conta com apenas 6 pessoas para fazer a assessoria e acompanhamento de toda essa infraestrutura, o que já configura uma fragilidade, tendo em vista as peculiaridades da região, por exemplo, o currículo das águas. Este currículo trata de todas as peculiaridades do cotidiano do amazonense, pois as águas moldam a vida do campo de tal forma que não permite que nenhum sistema de fora consiga se encaixar. Por exemplo, quando a cheia é muito grande os moradores saem e vão pra terra-firme, e não adianta insistir para que se frequentem as escolas na cidade porque não conseguem ou não têm interesse em se adequar. Neste sentido, percebe-se um enorme desafio do fazer pedagógico no Amazonas (informação Verbal[2]).

[2] Fala da professora da UFAM Marinez França na mesa Diálogos com os movimentos sociais e instituições públicas por uma Educação do Campo em Parintins. In: V Semana de Pedagogia do ICSEZ/UFAM, Parintins-AM, em outubro de 2017.

O mais importante, no momento, é ouvir a comunidade, pois é a partir dos anseios dela que se pode iniciar o diálogo. Não há como existir Educação do Campo se não existirem os movimentos sociais. Quando o movimento não está presente todo o trabalho fica disperso.

O papel das instituições deve ser o de viabilizar as propostas, mas estás devem partir dos movimentos sociais, das comunidades. Quando não há a presença dos movimentos a educação deixa de ser do campo e passa a ser para o campo, se diferenciando muito pouco do modelo de educação rural. Em vista disso, é necessário trazer discussões a respeito do que é a educação rural e por que ela não cabe dentro da Educação no Campo. 

Deve pensar as alternativas que cabem dentro das realidades do Amazonas, como a pedagogia da alternância. Quando os movimentos sociais não provocam as instituições, a Educação do Campo morre. É dever dos movimentos elaborar as propostas de Educação do Campo com o auxílio das instituições e cobrar a execução delas. Além disso, é necessário haver maior integração das instituições, que atualmente trabalham isoladas e muitas vezes com rivalidade. Dentro dessa perspectiva não há como trabalhar a Educação do Campo, pois é necessário haver diálogo, e que este diálogo não seja tendencioso aos interesses de poucos, mas que seja trabalhado de maneira que a Educação do Campo possa de fato ser trabalhada nos moldes necessários à comunidade (informação Verbal[3])

[3] Fala da professora da UFAM Heloisa Borges na mesa Diálogos com os movimentos sociais e instituições públicas por uma Educação do Campo em Parintins. In: V Semana de Pedagogia do ICSEZ/UFAM, Parintins-AM, em outubro de 2017.

CARTA DE APRESENTAÇÃO DO FÓRUM PARINTINENSE DE EDUCAÇÃO DO CAMPO, DAS FLORESTAS E DAS ÁGUAS PAULO FREIRE - FOPINECAF

Membros de movimentos sociais, de organizações, de instituições e de entidades públicas assim denominados: Grupo Ambiental Natureza Viva (GRANAV), Associação das Casas Familiares Rurais/ARCAFAR/Amazonas, Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Estado do Amazonas (IDAM), Centro de Estudos Superiores de Parintins/ CESP/UEA, Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia/ICSEZ/UFAM, Instituto Federal de Educação (IFAM), Secretaria Municipal de Educação-SEMED/Parintins, Secretaria Estadual de Educação-SEDUC, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), Secretaria de Meio Ambiente (SEDEMA), Consórcio de Produtores Saterê Mawé, Conselho Geral das Tribos Saterê Mawé (CGTSM), Comunidades Rurais do Município de Parintins, Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Parintins-STTR, Conselho Municipal de Educação de Parintins, Conselho da Alimentação Escolar, reunidos em mesa redonda, no dia 24 de outubro de 2017, para discutir a realidade da Educação do Campo em Parintins, por ocasião da realização da V Semana de Pedagogia do ICSEZ/UFAM constituíram o Fórum Parintinense de Educação do Campo, das Florestas e das Águas "Paulo Freire. A criação desse Fórum está enraizada no processo histórico de mobilizações, de articulações e de movimentos de diferentes sujeitos coletivos que atuam em Parintins pela efetivação da Educação do Campo desde a década de 1990. Encontros, reuniões, debates, eventos, criação de projetos e seminários têm marcado esse processo que culmina com a criação desse Fórum que se apresenta com os seguintes objetivos:

1. Mobilizar instituições públicas, entidades, organizações populares e comunidades rurais para se engajarem no referido fórum, por uma Educação do Campo em Parintins e Baixo Amazonas;

2. Discutir a Educação do Campo, suas características e peculiaridades na Amazônia;

3. Lutar por uma escola do campo ligada à produção e reprodução da vida;

4. Discutir que tipo de tecnologias são mais apropriadas para o desenvolvimento dos territórios rurais na Amazônia;

5. Problematizar a concepção de desenvolvimento para que seja mais humano, menos excludente e em equilíbrio com o meio ambiente;

6. Valorizar a identidade e as especificidades do trabalho nos territórios rurais;

7. Identificar e discutir as politicas públicas que apontam as responsabilidades do Estado na garantia de serviços públicos destinadas aos povos campo;

8. Implementar discussões sobre cursos de formação e aperfeiçoamento que possibilitem ao trabalhador rural protagonizar sua existência nos espaços onde vive;

9. Criar estratégias para implementar a Pedagogia de Alternância como possível meio de desenvolvimento social-econômico-politico e cultural do território das águas, das terras e das florestas;

10. Apoiar estratégias de mobilização e participação da sociedade civil para se engajarem neste Fórum Parintinense de Educação do Campo, das Florestas e das Águas Paulo Freire;

11. Agregar militantes dos 10 polos que constituem a Educação do Campo no município de Parintins;

12. Discutir a agroecologia como alternativa de produzir na agricultura com conservação de recursos naturais e da diversidade sociocultural;

13. Discutir alternativas de Educação do Campo que profissionalizem o homem e a mulher amazônidas de rios, lagos e florestas a partir dos princípios agroecológicos;

14. Pensar, discutir e propor aos órgãos competentes cursos de formação de professores voltados à concepção de Educação do Campo na Amazônia;

15. Fortalecer a luta em defesa do PRONERA e das Licenciaturas em Educação do Campo nas Instituições de Ensino Superior com as condições necessárias, como moradia estudantil e na Pedagogia da Alternância.

16. Pensar, discutir e propor a formação de técnicos voltados à concepção de Educação do Campo na Amazônia.

17. Apoiar e incentivar as comunidades rurais para a busca de caminhos que garantam a comercialização justa de seus produtos no mercado local, regional e internacional.

18. Lutar por um currículo que contemple também o conteúdo da nossa realidade, da nossa vida em comunidade, considerando a especificidade de cada território.

Nos apresentamos como um movimento social, de identidade amazônida. Entendemos que a Educação do Campo vai além da educação escolar, envolve a vida, o cotidiano, o trabalho, a cultura, os saberes, os desafios, a história, a dignidade humana, as tradições, os conhecimentos dos povos tradicionais da Amazônia. Fundamentada na pedagogia freriana e na pedagogia do movimento, a Educação do Campo se articula com a práxis, com Educação Popular, com a dialogicidade, com a reflexão sobre o que se faz, com uma pedagogia libertadora e emancipadora. Acreditamos e buscamos uma educação que possibilite o protagonismo, a libertação ideológica dos povos do campo e que no campo tenham acesso a: conhecimentos, condições e estruturas técnicas para desenvolver o trabalho e que este não se restrinja a produtividade como lei do Mercado, mas que considere o potencial dos territórios rurais, as condições climáticas e o meio ambiente. Acreditamos na diversidade do campo - caboclos, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, extrativistas, pescadores mulheres, homens, crianças, jovens, idosos -, que desenvolvem suas experiências nos espaços amazônidas, vivendo as adversidades e as contradições desses espaços peculiares. Problematizamos as relações entre Educação e Trabalho como eixo formativo que, consequentemente, abre possibilidades para outros aspectos como o social, o econômico, o político e o cultural.

Somos o Fórum Parintinense de Educação do Campo, das Florestas e das Águas Paulo Freire por uma Educação do Campo em Parintins e no Baixo Amazonas.

Participaram dessa constituição 24 militantes de 16 instituições e comunidades rurais do Município de Parintins, Estado do Amazonas.

I Roda de Conversa

No dia 07 de outubro de 2017, foi promovido pelo Grupo Ambiental Natureza Viva-GRANAV e pela Associação Regional das Casas Familiares Rurais-ARCAFAR-AM a I Roda de Conversar sobre Educação do Campo e a Pedagogia da Alternância. A Roda de Conversa  ocorreu na Escola Municipal Fernando Carvalho na Comunidade Nossa Senhora do Perpetuo Socorro do Laguinho, no Assentamento Vila Amazônia, no município de Parintins-AM.

Estiveram presentes: ARCAFAR-AM, GRANAV, o Professor Dr. André de Oliveira Melo, gerente da UEA de Maués, Jeferson Luis V. de Macêdo, coordenador do Núcleo de Apoio à Pesquisa e Transferência de Tecnologia do Baixo Amazonas - NAPTT da Embrapa,  o sociólogo Wanderley Hollanda do IDAM, a Professora Marinez França da UFAM, a Professora Nilciana Dinelly da SEDUC, o Professora Silvia da SEMED, o Secretário de Educação de Juruti - PA Jonas Morais, o Professor Mailson Santos, presidente da Associação e gestor da Casa Familiar Rural de Juruti -PA,  Zequinha do STTRJ, Raimundo Rocha Carvalho do Conselho dos Assentados do Assentamento Vila Amazônia, Luis Carlos Castro Roçoda da Secretaria Municipal de Produção de Parintins, Eraldo Albuquerque secretário Municipal de Produção de Juruti, comunitários e lideranças comunitárias da região, professores, pais, estudantes e pesquisadores.

Fernando Carvalho presidente do GRANAV, destacou a dissociação da educação realizada na escola de hoje com a educação do campo almejada pelos agricultores. ressaltou que não quer com sua fala criar um apartheid entre a educação da cidade com a educação do campo, quer apenas que haja uma melhoria. Enfatiza, que luta e quer uma educação que forme filhos de agricultores que tenham orgulho de dizer que são agricultores. Uma educação que atenda a realidade dos produtores rurais e a Casa Familiar Rural é uma forma de fazer essa educação na realidade a exemplo do município de Juruti -PA que está apoiando a Casa Familiar Rural daquele município.

Para Fernando Carvalho os professores que estão sendo formados nas universidades ainda não estão preparados para trabalhar com a realidade das escolas do campo, que prepare os filhos dos agricultores para trabalharem e viverem no interior com dignidade.

Encontro sobre Educação do campo em Parintins

No dia 22 de outubro de 2016, na Comunidade Nossa Senhora do Perpétuo do laguinho, no Assentamento Vila Amazônia, o Grupo Ambiental Natureza Viva - GRANAV, retoma o diálogo com povo do campo sobre Educação do Campo na Pedagogia da Alternância, dialogo este que teve início no ano 1998.    

No ano de 1998, quando o GRANAV trouxe, uma articulação feita pelo Ridéias, membro do GRANAV, estudante da escola Agrotécnica [IFAM/Manaus Zona Leste), trouxe a professora Graças Passos e nós tivemos a oportunidade de ir a todas as comunidades onde o GRANAV atuava, desde Santa Rita da Valéria ao Miriti com a professora Graça fazendo reuniões. Ela falava da Educação do Campo, da Pedagogia da Alternância e principalmente, da Casa Familiar Rural. A pós essa rodada de reuniões nas comunidades [...] ficou decidido que as reuniões [continuariam sendo realizadas] nas comunidades coordenadas pelo GRANAV.

Em 2000, articulado pelo Gradimir, também estudante da escola Agrotécnica e com uma relação muito próxima como a Professora Graças Passos, eles retomaram as discussões na região do Açaí (Assentamento Vila Amazônia), pegando [outras comunidades], mas como centro a comunidade do Açaí [...] com empenho muito grande do Jeferson Horasas [...] naquela época ele fazia parte do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (de Parintins-AM) e puxava essa discussão, chegou se forma a Associação da Casa Familiar Rural, conseguimos elaborar um projeto para a construção do prédio da Casa Familiar Rural.

O prédio está ai na Comunidade [Nossa Senhora de Fatima] no Açaí, hoje a comunidade reivindicou para que a aula do ensino regular pudesse funcionar lá [...] estão utilizando o prédio [...] a um ano atrás nós formamos uma comissão a partir do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, que foi coordenado pelo técnico do IDAM José Ramos, eu fazia parte e mais alguns companheiros daqui da região também faziam parte. Agente junto com o IFAM, tentamos funcionar [a Casa Familiar Rural] pelo menos com uma turma de nível médio, formação técnica em agroecologia, não conseguimos! Tivemos também um projeto encaminhado para o PRONERA, que seria para a formação de duas turmas de técnico em agroecologia. Essas tentativas não foram adiante.

Essa discursão estava adormecida e desde o início do ano 2016 agente já vinha fazendo uma discursão dentro do GRANAV para retomar essa discursão porque nós entendemos que é importante. Agente trabalhar para que a Educação do Campo ela possa acontecer. Nós vemos que pela via do poder público municipal, ou até mesmo estadual, agente acha um pouco difícil por conta do sistema que já existe de educação. [...] Então, a via que agente acredita seria por meio do funcionamento da Casa Familiar Rural, isso não tira de nós o direito de reivindicar do poder público municipal uma educação que seja reaumente voltada para a realidade. Mas isso pra mim, para o GRANAV têm que partir dos movimentos sociais e das organizações que trabalham junto com as comunidades (ERALDO ALBUQUERQUE - EX-COORDENADOR DO GRANAV, 2016)

Educação do campo no Estado do Amazonas

Sou coordenadora do Comitê de Educação do Campo no estado do Amazonas. O comitê tem como objetivo discutir com o sistema principalmente, e com a sociedade a importância da educação do campo. Nós temos uma educação [...] nós sempre tivemos uma escola, pode não ser a escola ideal, mas sempre tivemos escolas nas áreas rurais.

[...] nós temos como debate é que a escola que estava, ou que muitas vezes está no campo, não é a escola que fala da nossa realidade, não é a escola que trata daquilo que nós, sentimos na pele. Então, é uma outra escola, como se ela chegasse aqui, fosse de outro espaço, chegasse e nosso alunos, inclusive, são incentivados a sair dela, muitas vezes alguém fala assim - menino estuda pra ti ser gente - como se ele não fosse gente - menino estuda pra sair dessa vida - como se a nossa vida no campo, não fosse vida. Então, assim é um debate que a educação do campo traz exatamente para irmos percebendo que nós somos os sujeitos, que nós somos protagonistas da nossa história [...] alguém falou eu estudei nessa escola e agora eu trabalho nessa escola, isso pra nós é emocionante, porque que é emocionante, porque é isso, a escola do campo tem que servir a comunidade [...] hoje eu sou aluna, amanhã eu sou profissional [...] (PROFESSORA HELOISA BORGES, 2016)

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